quarta-feira, 24 de junho de 2009

Incendiários Musicais



Já ouvi algumas pessoas falando a respeito disso, e realmente é inegável que a geração da década de 70 e 80 faziam muito mais música que a geração das décadas que as sucederam. Não menosprezando os músicos atuais que são talentosos e fazem sucesso, mas em contrapartida não conseguem formar uma legião de viciados em seu timbre e sua poesia cantada.

O maior fenômeno musical foi, e sempre será, a britânica Beatles. Nunca uma banda conseguirá tantos seguidores fiéis, e músicas como Help!, Twist and shout, In my life e a posterior Imagine de John Leonnon. Eles foram e sempre serão a maior revolução do rock e da música em geral. Bem como o Abba, a banda sueca que encantou o mundo com canções como Dancing queen, Lay all your love e Mamma Mia. Ambas as bandas tiveram, inclusive, produzidas obras cinematográficas musicais com suas letras, sendo Across the universe e Mamma mia, respectivamente.

Bandas que hoje ainda causam febre, são bandas antigas. Exemplos disso são U2, Eagles e os próprios Rolling Stones, que mesmo com a idade avançada dão um show invejável. São bandas que até hoje tocam seus instrumentos até que entrem em combustão, peguem fogo, e nessa chama se queima o controle de seus fãs, é delirante. É o extasy musical sadio que rebate as drogas químicas vistas por aí nas pistas eletrônicas.

Trazendo para a música nacional, temos outros exemplos. No rock Legião Urbana, Barão Vermelho e seus vocalistas que lançaram carreiras individuais posteriormente, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Titãs e Roupa Nova que seguem caminhada juntos até hoje. Não que Jota Quest e Skank não façam sucesso, mas algum deles já fechou um terço da representatividade das bandas citadas anteriormente? Algum deles já gerou uma Religião, como foi a Religião Urbana de Renato Russo e seus companheiros?

Dando um passeio pelo pop e MPB nós temos aquela seleção que eu não posso nem começar a comentar, caso contrário levaria quatro semanas para listar os consagrados. Mas também é neste estilo em que surgem os maiores talentos da contemporaneidade, aliás, talentos com maior presença e espaço, como Maria Rita e Vanessa da Mata. O pop se desvirtua muito. E é muito abrangente, é um balaião... como pode colocar em uma mesma classificação artistas totalmente diferentes como o acelerado e sensual ritmo de Britney Spears e o talento cult de Nando Reis. Por essas e outras que o rock continua sendo a base de todas as decisões e estatísticas no mundo da música (está certo, estou sendo muito arbitrário por ser fã de rock, mas foi somente esta, juro).

Infelizmente hoje se ligamos o rádio trocamos de estação dezoito vezes e ouvimos as mesmas músicas, sendo que mais da metade delas são cantadas por pessoas que nunca completaram o primeiro grau, não sabem falar, não sabem cantar, não sabem nem o que é roupa, vocabulário, bons modos, arte ou decência e ficam cantando desafinadamente alguns palavrões em uma batida de funk repetitiva e vulgar e aparecendo no programa da Luciana Gimenez. Fico com os meus CDs antigos, muito obrigado. Mas assim como estas criaturas vem à mídia, também vão embora. Em nossas cabeças permaneceram aqueles que sempre resistem às mudanças. Vão-se as chuvas passageiras e ficam as marcas das tempestades, furacões e queimadas que são causadas por aqueles que sabem como incendiar um show, e apenas estes.

Fonte da imagem: http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/83/11029violao.jpg

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Simples os afins do amor

Existem pessoas que afirmam que não podemos mandar nos nossos sentimentos. Certo ou não, é fato que é perfeitamente possível colocar algumas rédeas. Eu pelo menos penso isso. Todo mundo já teve aquele amor platônico que não pode ser medido ou comparado. Amores platônicos são horríveis, são traumáticos e nos tornam pessoas mais frias. Pelo menos comigo foi assim.

Não guardo rancor ou ódio da mulher, na época uma adolescente, por quem eu me apaixonei mas que não tive seu amor em resposta. Na verdade eu a agradeço profundamente hoje, pois devido ao sofrimento acarretado de suas decisões que afetaram conflituosamente minha adolescência, mas que hoje são curadas, houve um fortalecimento da maneira com que lido dos meus sentimentos. Me sinto mais dono deles hoje do que era há anos atrás.

Acho que seria interessante falar que existe diferença entre gostar e sentir atração. Eu sinto atração por mulheres em todos os lugares. Sinto vontade de agarrá-las pela cintura e beijar-lhes com desejo, mas isso não é amor. Essa é uma sensação maravilhosa alimentada pelo instinto, pela admiração e principalmente pela carne.

Ao contrario de muitas pessoas, eu não acredito na existência de mais de um tipo de amor. Amor pra pessoas da família, amor pra ser amigo, amor pra namorar. Não. Se não existem diferentes formas de ódio por que existiram diferentes formas de amor? Chega a me parecer até hipócrita. A diferença entre o sentimento que você sente pela vizinha que amou desde que tinha oito anos e a sua mãe se resume simplesmente a uma questão de atração sexual. Você se atrai pela vizinha e não pela sua mãe, mas ambas são pessoas importantíssimas as quais você oferece seu amor e são de demasia importância em sua vida. Simples e prático. Não sei por que as pessoas tendem a fazer confusão.

A paixão avassaladora que sentimos por alguém diferente, aquela que tememos e faz com que sintamos aquele frio na boca do estômago, que é perfeitamente controlável se você tem controle sobre si mesmo, principalmente se você teve uma desilusão amorosa durante a adolescência, se diferencia justamente pela primeira palavra deste parágrafo com exceção do artigo definido "a": paixão. Paixão é paixão, não amor. E todos sabemos que paixão é aquela progressão que fazemos de alguém, e quando conhecemos realmente esse alguém a progressão cai, é nessa hora então que avaliamos se o sentimento que restou é o suficiente para seguir com o relacionamento. Esse sentimento é o amor, igual aquele que você tem pela sua família e pelos seus amigos, só que vem acompanhado pelo plus do desejo sexual. O que difere depois o amor que você sente pelo cônjuge, na verdade é a parceria do relacionamento. Atração você continua sentindo por fora. Amor também.

O único problema é quando você se envolve afetivamente com alguém, e então sua resistência cai. Pode ser que você monte suas projeções e se apaixone por esse alguém. Mas e se essa fragilidade lhe tornou suscetível para se apaixonar por outra mulher, que não é essa que está nesse início de relação? Suscetibilidade que leva ao caos. Amor e caos, a dupla dinâmica que termina em um bar com uma garrafa de qualquer coisa com alto teor de álcool. Com a projeção montada você, sinto muito, está apaixonado meu querido, e não vai adiantar tentar ignorar, você perderá as estribeiras e o único jeito de fazer passar é conhecendo essa nova mulher, a conhecendo de verdade.

Você terá duas escolhas: ou termina o relacionamento que engajou e assume que a missão dele foi fazer com que descobrisse essa paixão avassaladora, ou você pode manter isso trancado dentro de você e ficar jogando banco imobiliário com a sua namoradinha enquanto se imagina dentro de uma banheira com a garota da projeção. Muito melhor curtir a água quente tocando a pele, não é? E o que resta depois da ciência da personalidade e de um relacionamento com este outro ser estranho que habita no mesmo planeta que o seu é que dirá o rumo das coisas. Ou pelo menos tentar.