domingo, 23 de novembro de 2008

À carater

Veja como, infelizmente, nosso mundo se comporta. Digo infelizmente, pois não existe outra palavra que expresse mais aquilo que eu penso. Infeliz. Impossível não concordar comigo se prestar atenção ao que nos rodeia. Ninguém mais sabe eleger prioridades. Não existem mias valores. A ética é algo muito bonito para ser usado apenas em discursos.

Vivemos em um mundo onde tudo é comandado pela aparência. As pessoas andam mais preocupadas com a marca do tênis do que com sua qualidade de ensino. Sua capacidade intelectual é a mesma que de uma espiga de milho. Julgam ler um livro perda de tempo e passam horas gastando suas solas de sapato a ver vitrines pelas ruas. O que está havendo?

Um discurso barato em qualquer lugar que não capriche no conteúdo, mas use algumas palavras difíceis conquista seu público. É fácil mudar a opinião de milhões de pessoas. É só falar algumas palavras bonitas. Soa melhor que ganhar na loteria.

E quando falamos de nosso país? Sinto discordar de muitos, mas eu tenho pena da minha terra. Pena por que uma escola de samba gasta mais de meio milhão de reais para pagar um desfile de quarenta minutos enquanto milhares de crianças estão passando fome. Pena por que nossos líderes políticos não aceitam aumentar o piso salarial dos professores para novecentos reais, o que ainda é uma vergonha, mas aumentam o salário de seus secretários. Pena por ser um país que investe tanto em side forma tão fútil que somos lembrados no exterior apenas como o país da caipirinha e da prostituição de menores. Pena.

Você é deixado de lado se não tem a calça de trezentos reais e o tênis de quinhentos. E não interessa o saldo da sua conta, o quão vermelho esteja. Não interessa quantas pessoas você passa para trás para conseguir um posto no trabalho. Não interessa o quanto você mente. Somente importa se você está à caráter neste contexto. Eu me recuso.

sábado, 20 de setembro de 2008

Em falta

Sabe aquele dia maravilhoso? É sábado, você dormiu até mais tarde. Levanta e sente o sol no rosto. Sorri levemente e vai para o banheiro. Escova os dentes lava o rosto e conversa com o cachorro. Vai para a rua ainda com o sorriso e caminha até a padaria usando pijamas. Você pede meia dúzia de pães, quentinhos de preferência. O que o padeiro responde? Em falta, só tem cacetinho de ‘onti’.

Acabou a trilha sonora da sua manhã feliz. Você sente vontade de voltar para a cama, de que, aliás, você nem deveria ter saído. Você deita, mas não consegue mais dormir. Como, cargas d’água, um padeiro não tem pão quente em um sábado de manhã? É uma chance em quantas? Aposto que na terça feira em que o relógio atrasou, você acordou em cima da hora, estava caindo mais água no centro de Novo Hamburgo do que nas cataratas do Niágara, você bateu a canela na quina do criado mudo, tem suas pernas marcadas pelo cachorro que adora pular em você quando está vestido para o trabalho e só percebe que caiu pasta de dente na sua camisa quando você está dentro do ônibus há dois minutos do seu trabalho, ele tinha pão quentinho. E você não comeu.

Você se revolta. Chama a padaria de espelunca, diz que nunca mias vai comprar lá. O que é mentira, de tarde você vai lá comprar um pacote de bolacha de amendoim pra comer com o chimarrão. E você intimamente sabe disso, mas não fala pra ninguém. Para maiores efeitos, resolveu dar uma segunda chance por que você é superior a tudo isso.

Então você levanta e resolve curtir o sábado. Pega um pacote de bolachas. Você até já tinha esquecido como ela era boa. Sentou no sofá e ligou a televisão. Já acabou Vida e Saúde, aquele programa que você nunca viu, mas toda vez que você vê a propaganda dele diz “essa semana eu não posso perder por que vai estar interessante”. Agora está dando comercial das Casas Bahia. Troca de canal algumas vezes, mas não vê nada que chame a atenção. Vai para a cozinha fazer um chimarrão. Acabou a erva.

Agora você vai ter que ir ao mercado. Você respira fundo, coloca calças de verdade e vai até o mercadinho do Zé. Já está com água na boca pensando no chimarrão de sábado de manhã. Está inspirado, vai até colocar uma camomila para dar um gosto. Mas uma surpresa: a prateleira da erva está vazia. O que aconteceu, você pergunta. E a resposta vem do atendente ruivo e fanho de catorze anos que sempre está escorado no balcão: está em falta. Como assim, em falta? Como falta erva em um sábado de manhã? Estamos no Rio Grande do Sul e falta erva? Você exige uma explicação lógica do rapaz. Ele quase começa a chorar e chama seu pai. O pai fala que na chuva da terça feira caiu mais água em Novo Hamburgo do que nas cataratas do Niágara e molhou todo o estoque de erva do mercado, e afirma que já fez o pedido mas o fornecedor atrasou. Você sabe que ele está mentindo sobre o fornecedor, mas não pode provar nada, então vai pra casa.

Desolado, sem pãozinho e sem chimarrão. Veja o lado positivo: não é domingo, você está livre do Gugu. As outras pessoas que moram na sua casa já acordaram e todo mundo fica lhe perguntando onde está o pão e a erva. Você diz que não tinha e ninguém acredita. Dizem que você teve preguiça de ir até o mercado e a padaria e preferiu ficar sentado em casa comendo “aquela bolacha sem graça”. Você tenta se impor, mas é inútil. Ninguém acredita no que está acontecendo. Nem você. Então vai para o quarto, deita na cama, liga o rádio e finge que está dormindo. Promete pra si mesmo que só vai levantar na hora do almoço. Por preguiçoso você já passou mesmo, e vai dar uma folga pra si, e espera realmente que a tarde seja melhor, porque essa manha de sábado esteve em falta de coisas boas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Castelo de cartas

Em um destes domingo em que não se pode fazer nada, você não tem nenhum livro novo e o tempo está para chuva, lá pelas 18 horas eu me sentei na mesa do computador e abri o messenger. Uma amiga me perguntou meu nome completo. Não entendi na hora, mas ela disse que não demoraria a isso acontecer.

Um pouco depois ela me passou o endereço de uma página virtual de sua autoria, um blog. Eu abri e vi que ela relacionou alguns nomes, entre eles o meu, de pessoas que seriam responsáveis por ela ser quem hoje ela é e pelo sucesso obtido. Me senti realmente lisonjeado.

Então eu percebi nessa hora como a gratidão ainda existe nas pessoas. Eu falei para esta garota que eu acreditava no trabalho dela e colocaria minha mão no fogo quando ela pensava ter passado como uma mera coadjuvante. Ela soube ser protagonista.

Ela sempre teve um certo jeito de lidar com as pessoas. Muito sociável. Geralmente pessoas com essa característica logo se tornam alvo de críticas, pois desenvolvem uma qualidade que estas pessoas gostariam de ter, mas não tem. Como não vencem de forma verbal tentam difamar os bons oradores.

Ela se mostrou forte e reverteu a situação. A mesa sempre virou para seu lado. Ela procurou preservar consigo aquelas pessoas que ela cita. Consertou mal entendidos que logo foram esclarecidos já que estas pessoas lhe tem confiança.

Ela sempre se mostrou corajosa e provou a todos quem ela era mesmo sabendo que não seria necessário provar nada a ninguém. Mas ela quis. Ela se pôs a prova. E ela foi aprovada. E hoje ela pode dizer que venceu. Mas eu não me considero responsável por nada. Me considero alguém que disse a palavra certa na hora certa que surtiu em um efeito de renascimento da mesma pessoa com sua personalidade única.

Ela é uma fênix. Ela renasce cada vez mais grandiosa. Ela é grata por minha influência em sua vida e eu sou grato por ela me ouvir e estar presente comigo neste mundo tão enorme e tão minúsculo. Somos um castelo de cartas: quando um cai, todos caem.

sábado, 2 de agosto de 2008

O chinês

Faz poucos dias eu saí do meu trabalho no horário do almoço e senti vontade de comer um drops. Saí do portão, atravessei a rua e entrei numa lojinha bem em frente a minha empresa, que leva o nome de “Negócio da China”. Entrar naquele estabelecimento foi o mesmo que voltar no tempo.

Um aloja grande, muito espaçosa, e com tudo. A legítima “tudo por R$1,99”. Vi de tudo. Uma loja que realmente preservou os princípios das lojas do ramo. E os produtos. Comprei até umas barrinhas de arroz que comia quando era criança, mas nunca mais tinha visto em lugar nenhum. Pensei que não fossem mais fabricadas. Foi então que as vi sobre o balcão, vendidas seis por R$1,00. Não preciso dizer que levei na hora certo?

Dei uma volta pela loja e vi então as caixas de jogos que sempre são os mesmos. Os cubos multicoloridos. Os bonecos de personagens de desenhos de luta. Os dinossauros plásticos. Mas estes são mais evoluídos, incham quando são mergulhados em água.

As atendentes também seguem o padrão R$1,99. Senhoras simples que tem sempre uma bomba, uma cuia, um pouco de erva e uma garrafa térmica por perto. Tudo sempre igual. Sempre simpáticas e sempre sabem exatamente onde as coisas estão. Até aquele pano de prato com uma estampa verde e vermelho que você não achava em lugar nenhum.

Percebi que o pessoal da minha empresa freqüentemente ia ao local. Tornei-me ciente. Como meus colegas disseram, é impossível não repetir a dose. Depois de visitar o chinês uma vez, se faz sempre. Agora tenho uma abastecedora fiel para as barras de arroz. O estoque de drops eu terminei, estou esperando que venha mais. Enquanto isso eu visito o lugar e os dinossauros que incham na água. Isso sim que é tecnologia de ponta.

domingo, 27 de julho de 2008

Quando ninguém está olhando

Uma vez eu li uma frase que me fez refletir bastante: Só somos quem somos quando ninguém está olhando. Ela pode até parecer um tanto quanto ofensiva, mas é real. É difícil de admitir certos pensamentos, mesmo sendo reais. O mundo espera que sejamos tão perfeitos que um pensamento fora do padrão nos faz sentirmos envergonhados. Acorde, o padrão não existe.

Nenhuma pessoa de carne, osso e sangue quente tem uma família tão perfeita quanto aquelas que tomam café da manhã em comercial de margarina. E isso não nos diminui como ser humano. Ao contrário, faz com que sejamos cada vez mais humanos. Quem nunca teve uma discussão? Quem nunca esteve errado e jurou estar certo? Quem nunca espiou as cartas do adversário?

Se desprender das normas é bom, só não vale exagerar. O desprendimento faz com que você sinta mais emoção. Faz com que aumente a aceleração dos seus batimentos cardíacos. Você sua.

Que graça teria aquele aniversário se você não tivesse comido aquele pedaço a mais de torta de chocolate. E nada como chocolate, a que mais engorda. A maior fatia. E que diferença fez no seu relacionamento aquele episódio em que transaram em um local proibido. O medo de serem apanhados. A pele arrepiada.

Cometer pequenos pecados é o que estimula a criatividade humana. Já pensou se você acordasse todos os dias às seis da manhã com um sorriso de Monalisa, fosse ao trabalho, não conversasse nenhuma banalidade, saísse de lá para casa, jantasse, papai e mamãe e às dez da noite já estar no sono dos anjos. Patético não é mesmo? Então invista nos exageros, pois o mundo está cheio de tentativas fracassadas de comerciais de margarina. Divirta-se.

domingo, 6 de julho de 2008

O beijo da prostituta

O humano com certeza é o bicho mais engraçado que existe. É o animal racional, mas é o que menos se entende. Um animal irracional pode não compreender uma lógica matemática, mas ele sobrevive bem sem isso e agradece. Um animal irracional não flerta e nem perde tempo com aquela conversinha mole no balcão do bar com um copo de qualquer coisa que contenha álcool nas mãos, ele segue o instinto, sente o cheiro e consuma o fato. Preto no branco. Simples, prático, fácil. Sem rodeios e mais eficiente.

Um macaco também não saberia fazer uma lasanha de quatro queijos, mas com certeza não passaria fome se visse comida em sua frente. Não saberia que a fome é causada devido à ausência de proteínas no organismo e que é uma resposta natural do mesmo, mas isso não faria diferença: ele comeria do mesmo jeito que qualquer humano e ainda por cima melhor, pois ele não se preocupa com a balança.

Um animal irracional vai direto ao ponto. Ele não escreveria uma crônica comparando um homem e um macaco durante dois parágrafos para tentar falar sobre a mente humana. E o pior é que mesmo no terceiro parágrafo ele ainda não consegue falar. Dê uma folga para ele, já são quase onze horas e ele trabalhou o dia inteiro. Não se sente inspirado para escrever, mas resolveu fazer isso sem mesmo saber o porquê. Está no sangue, ele pensa.

Então, se existem esses rodeios para falar sobre a mente humana, será que ele não existe por um motivo? Quer dizer, será que esse rodeio afinal de contas, não é exatamente a discussão sobre a mente humana? Eu não sei dizer. A mente humana é um assunto complexo demais para escrever em uma crônica simples, ainda mais se você é um aluno do primeiro semestre de um curso de administração. Você conhece tanto de psicologia quanto um molho de beterrabas.

Mas mesmo assim o cronista e filósofo amador não desiste. Escreve seus pensamentos mais íntimos, tão íntimos quanto o beijo na boca. Sim, ele pensa que o beijo é mais íntimo que a própria relação sexual. Afinal de contas, prostitutas não beijam na boca. Elas vendem seu corpo, mas não beijam. O beijo é mais que uma mercadoria. É o gesto mais íntimo e reservado do ser humano por mais incrível que possa parecer. E o pensamento sobre a mentalidade humana também é algo extremamente particular. Se nós somos os racionais, então cada um deve ter uma forma de pensar, uma opinião própria. Ou não. Um macaco nunca precisou disso. Mas a primeira prostituta pensou nisso quando decidiu não beijar seus clientes.

domingo, 29 de junho de 2008

Nenhum fanatsimo é saudável

Religião. Futebol. Música. Sexo. Televisão. Literatura alemã. Verde-limão. Chaveiros com a cara do Pato Donald. Existe gente fanática por tudo. Eu sinceramente considero todo fanatismo prejudicial, sem exceção.

O maior exemplo de fanatismo, na minha opinião, é Silas, o personagem albino do livro O Código da Vinci, excelente livro do magnífico autor de suspenses dinâmicos e inteligentes Dan Brown. O pobre rapaz passa todo o livro se castigando pois acredita que isso assegurará a passagem de ida ao paraíso. Silas até mata pessoas pelo que acredita ser uma causa divina. Mas o que faria um homem de Deus atentar contra as leis do próprio Senhor? Resposta certa para quem pensou no fanatismo.

Um fanático no que quer que seja acredita que os fins justificam os meios. Que nada é “tão ruim assim”. Seu time de futebol perdeu? É uma lástima, mas não justifica chutar o cachorro. Sou colorado, tenho orgulho disso e jamais vestiria outra camiseta, mas se um grenal perdido garantisse a vaga na fila do posto de saúde para uma gestante, eu nem pensaria duas vezes e garantiria a vaga.

Com o fanatismo nos restringimos. Não experimentamos mais nada. Existem outras bandas, podem não ser tão boas quanto a sua favorita, mas também produzem um som legal. O mundo não gira ao redor da mesma meia dúzia de frases. Tenho meus cronistas favoritos, mas não fanatizo. Lembre-se de John Lennon. Sucesso para meus ídolos, que Martha Medeiros continue sua trajetória mesmo sem saber que eu existo e eu continue prestigiando sua arte magnífica.

Existe limite para tudo. Lembra quando sua mãe dizia para você que tudo que é demais faz mal? Pois é, mais uma vez ela estava certa.

domingo, 22 de junho de 2008

Desistências

Mais uma vez eu me deito com um papel e um lápis na mão. Coloco uma música no rádio e penso em você. Já faz parte da minha rotina. Tento pensar em outras coisas. Tento afastar esses meus pensamentos. São atitudes em vão. Nada é eficaz quando eu tenho lhe esquecer. Então quer saber? Eu desisto disso.

Eu desisto de fazer de conta que somos dois bons amigos quando meu desejo é agarrar seu pescoço e beijar sua boca. Demoradamente. Sentir o toque da minha língua em seus dentes. O calor do seu corpo. O envolvimento. A sintonia.

Sempre precisei fugir destes devaneios para tentar fingir que está tudo bem. Não consigo mais. Você já se transformou em uma realidade. Sempre me orgulhei por ser um homem forte que conseguia de certa forma lidar com os próprios sentimentos. Parabéns, você me venceu.

Então, quando eu já estou me acostumando com a sua ausência você sempre surge. Seja pessoalmente, seja em um sonho, seja pelo pensamento que brota ao som da melodia que toca em “my immortal”. Você está mais bonita hoje do que quando nos conhecemos sabia? É um erro ficar falando isso, mas eu já desisti de fazer as coisas certas.

A única coisa que eu quero é você comigo. Como você pode não pensar em nós dois? Como você pode pensar que eu poderia superar isso facilmente? Eu quase morro de saudades de algo que eu nunca vivi e quando imagino nós dois eu sinto algo que não consigo explicar apenas com palavras. Eu aguardo o momento em que você se dará conta de q nós só seremos completos quando estivermos juntos.

Você seria feliz comigo. No fundo você sabe disso mas tem medo de admitir. Eu posso dizer isso, pois sou eu quem mais te conhece. Mais que suas amigas, mais que seus pais, talvez mais do que você mesma. Você sabe disso e nega. Não negue mais, seja sincera comigo, e mantenha seus olhos me perturbando. Eu posso desistir de fingir, mas não desistir do que amo. E você, nunca desista de me ver feliz.

sábado, 14 de junho de 2008

Versus

Pessoas de opinião são cada vez mais raras nos dias de hoje. Quem admite tudo que pensa? Está cada vez mais difícil. Eu tento ser sempre o mais franco possível, mas às vezes a situação é desconcertante. Eu, por exemplo, não olho novelas. Desse vício eu deixei. Já olhei novela, admito. Hoje percebo a frivolidade daquelas cenas. Enfim, os profissionais da área estão lá defendendo seus salários mesmo que muitas vezes em papéis ridículos. Quem atravessaria um continente para caminhar no meio de uma rodovia enrolado em um cobertor? É o horário nobre, pessoal.

Mas eu devo admitir que peco no ramo televisivo. Eu acompanho um grande reallity show transmitido na Rede Globo. Não preciso nem dizer seu nome não é mesmo? Não sei por que assisto. Não me acrescenta nada. Se eu fico sem olhar não me causa falta, mas se eu não estou fazendo nada e está passando na televisão eu não tiro os olhos da tela. Talvez por eu ser uma pessoa muito competitiva.

Sempre adorei competições. Sempre joguei em gincanas. Adoro organizar, liderar, gritar, correr e somar pontos. Me faz sentir vivo. De repente por esse motivo eu acompanhe o programa. Ou de repente por estar cansado do trabalho e querer esvaziar minha mente assistindo a um programa que não me traga nada útil, apenas me distraia do mundo lá fora.

Mas por mais que os motivos sejam incertos eu gosto de assistir. E não tenho vergonha de admitir, como muitos o fazem. Fazer o que, eu sempre fui muito espontâneo. Na minha faculdade via os colegas chegando às aulas metade engravatada e a outra metade usando cores pastéis. Todos sociais, sem chamar a atenção. Sérios estudantes de administração. E eu lá no meio usando um bermudão e uma camiseta com o escrito “Bateria TNT”. Gostaria que me vissem todos nas vestimentas em que fui a uns shows na praia neste verão. O bermudão sagrado que não poderia faltar, cabelo vermelho e os óculos escuro, um BL de camelô prateado muito grade, tão discreto quanto um elefante rosa dançando ballet. Nunca mais falariam comigo. Sério. Isso se não providenciassem meu afastamento da turma.

A questão não é quebrar padrões. Quebrar paradigmas. É apenas ser autêntico. Se todos fossem autênticos não haveria padrões. O padrão seria sair do padrão. Quem seguisse as normas estabelecidas por nem sei quem seriam os sem opinião, como são de fato hoje, só que estariam em minoria e se faria a revolução. Autenticidade versus programação. Improviso versus roteiro. Humano versus robô. Mas como diria a cantora Pitty, isso é só uma questão de opinião.

sábado, 7 de junho de 2008

Não vale pisar no cimento

Você já percebeu como tudo era tão mais fácil quando éramos crianças? O mundo aparentemente maior, presentes no natal, animais de estimação, irresponsabilidade, brincadeiras, e por aí vai...

Ser o melhor é sinônimo de ser o dono daquele esconderijo infalível que você consegue manter em segredo de todos e se infiltrar enquanto o fulano conta até dez.

A professora tem uma paciência divina, prazos quase não existem, hora da merenda e provas fáceis. Não é necessário decorar dúzias de livros a cada semana e se dedicar ainda por cima ao trabalho.

Os romances são muito mais simples. Existe inocência, não existem doenças ou traição. Alguns casos você até namora guardando segredo até da pessoa: você é o único a saber do namoro.

Você tem gripe e cura com aquele chá amargo feito pela sua mãe. Aquele chá que nunca tem açúcar embora ela sempre diga que “colocou até demais”.

Sua maior preocupação é andar na calçada pisando nas lajotas e fazendo um esforço fora do comum para não pisar no cimento. A outra preocupação é passar o dia se escondendo do banho, mas inevitavelmente ele te encontra, pois possui uma poderosa aliada: sua mãe.

As guerras travam por que fulano sentou na sua cadeira. Cinco minutos depois a guerra acaba, todos são amigos de infância novamente, até dividindo o lanche.

A maior responsabilidade é trocar a água do cachorro. Mesmo assim você esquece, mas seu pai faz isso por você, só para variar.

Quando se é criança o valor está nas pequenas coisas da vida e é realmente feliz, no entanto você quer crescer, crescer e crescer. Mas se o mundo infantil é tão puro e simples porque não viramos crianças eternas? A essência das coisas está na sua simplicidade. Basta acreditar nisso e seguir em frente que o mundo infantil volta à tona... só não pode ficar sem tomar banho. E não esqueça que não vale pisar no cimento.

Abre-se a porteira

Mais um iniciante postando pensamentos na internet. Já faz certo tempo que eu escrevo, mas nunca publiquei nada. Desde criança lia e relia livros e escrevia meus textos em cadernos velhos. Várias páginas amareladas com minha opiniãos obre o mundo e as pessoas. Quando ganhei meu computador minha primeira ação foi registrar tudo da forma virtual. Joguei os volumes fora e deixei uma adolecência gravada em arquivo digital. Funcionou bem até que um vírus entrou no meu sistema e eu perdi todo o material.

Não foi exatamente algo agradável, mas sempre é necessário ver o lado bom. Há cerca de um ano que isso aconetceu, e desde então me desprendi dos velhos hábitos e temas da escrita. Hoje eu rompo paradigmas sempre que digito uma frase. Tento mudar minha forma de escrever e mostrar as coisas que penso. Me desperendi dos velhos hábitos. Perder os qrquivos passados fizeram de certa forma bem pra mim, como se eu estivesse tentando com meus novos textos resgatar um passado que na verdade quero que fique onde está.

Escrevia e mantinha tudo guardado, dessa vez em vários formatos e lugares diferentes, até que um dia uma pessoa que eu gosto muito me sugeriu um blog. Rejeitei a idéia, pois talvez não me sentia preparado para mostrar às outras pessoas aquilo que eu escrevo, ou por acomodação, afinal é mais fácil escrever e deixar para lá. Mas aos poucos me convenci que esta era uma alternativa viável, então resolvi arriscar. Espero que minhas frases agradem quem quiser ler e que possam aprender ou se divertir com as peripécias de alguém que realmente gostaria de tomar uma Coca Cola no Caribe. Até mais...