sábado, 14 de junho de 2008

Versus

Pessoas de opinião são cada vez mais raras nos dias de hoje. Quem admite tudo que pensa? Está cada vez mais difícil. Eu tento ser sempre o mais franco possível, mas às vezes a situação é desconcertante. Eu, por exemplo, não olho novelas. Desse vício eu deixei. Já olhei novela, admito. Hoje percebo a frivolidade daquelas cenas. Enfim, os profissionais da área estão lá defendendo seus salários mesmo que muitas vezes em papéis ridículos. Quem atravessaria um continente para caminhar no meio de uma rodovia enrolado em um cobertor? É o horário nobre, pessoal.

Mas eu devo admitir que peco no ramo televisivo. Eu acompanho um grande reallity show transmitido na Rede Globo. Não preciso nem dizer seu nome não é mesmo? Não sei por que assisto. Não me acrescenta nada. Se eu fico sem olhar não me causa falta, mas se eu não estou fazendo nada e está passando na televisão eu não tiro os olhos da tela. Talvez por eu ser uma pessoa muito competitiva.

Sempre adorei competições. Sempre joguei em gincanas. Adoro organizar, liderar, gritar, correr e somar pontos. Me faz sentir vivo. De repente por esse motivo eu acompanhe o programa. Ou de repente por estar cansado do trabalho e querer esvaziar minha mente assistindo a um programa que não me traga nada útil, apenas me distraia do mundo lá fora.

Mas por mais que os motivos sejam incertos eu gosto de assistir. E não tenho vergonha de admitir, como muitos o fazem. Fazer o que, eu sempre fui muito espontâneo. Na minha faculdade via os colegas chegando às aulas metade engravatada e a outra metade usando cores pastéis. Todos sociais, sem chamar a atenção. Sérios estudantes de administração. E eu lá no meio usando um bermudão e uma camiseta com o escrito “Bateria TNT”. Gostaria que me vissem todos nas vestimentas em que fui a uns shows na praia neste verão. O bermudão sagrado que não poderia faltar, cabelo vermelho e os óculos escuro, um BL de camelô prateado muito grade, tão discreto quanto um elefante rosa dançando ballet. Nunca mais falariam comigo. Sério. Isso se não providenciassem meu afastamento da turma.

A questão não é quebrar padrões. Quebrar paradigmas. É apenas ser autêntico. Se todos fossem autênticos não haveria padrões. O padrão seria sair do padrão. Quem seguisse as normas estabelecidas por nem sei quem seriam os sem opinião, como são de fato hoje, só que estariam em minoria e se faria a revolução. Autenticidade versus programação. Improviso versus roteiro. Humano versus robô. Mas como diria a cantora Pitty, isso é só uma questão de opinião.

4 comentários:

Cássia disse...

Parece um desabafo. è bem dificil sair do padrão, ser diferente sem fazer disso uma surpresa ou sinal de rebeldia. Seja apenas você, é bem diferente desde o momento em que se olha no espelho e realmente gosta do que vê

- Ana Paula - disse...

Acho q o que mais me impedia de ser eu mesma, sem medo de ser feliz (hehe), era o próprio medo.
Acho que pra todo mundo é assim, né?!

Medo de ser rejeitada, medo das pessoas me olharem atravessado, medo de ser vista como uma "estranha".

Mas agora tenho trabalhado isso. Chutei o balde, joguei tudo pro alto, mais umas três cambalhotas nos ar.
E, pasmem: As pessoas ainda gostam de mim.
E, melhor ainda: eu tmb gosto de mim.
Caraaaaii!

=D

Hehe!

Bjão!

Letícia Santana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Letícia Santana disse...

atire a primeira pedra quem nunca se distraiu com os programas fingidos da globo! SOIAKSOAKSOAKSO
gostei bastante,agora sei que não sou só eu que sem querer assistia bbb :)

beijos